Oração
Morrem os dias da dor que me viste!
Aqueles que, ora vindo, ora partindo
De fina saudade me vieram vestindo
Fica o desgosto de quando fui triste!
Céus! foram-se as lágrimas sorrindo!
A certeza que pranto não me ouviste
Pois que tu, amor, nunca me partiste
Trouxeste-me em tão gentil sentido!
Oh!, minhas mãos em oração unidas!
Pois venha morte, venham mil vidas!
Venha-me Ele, manto onde me deito!
Ai amor, vem tu morrer-me no peito!
Meu mar brando de agitação e calma
Qu' este Deus já não me salv' a alma!
MRML 19.07.2005
Foto: http://viladoconde.blogs.sapo.pt
16 Comments:
Bom dia
pronto tambem já não resisto..
Achei a imagem fantástica!!
tenho que aprender a colocar imagens no meu pseudo-blog
Foi como sempre, um prazer
Está soberbo este momento... até me arrepiei!!
Deixo um abraço ;)
Querida Miriam
Provocador e belo... alegria da tristeza pedida, hipotecando a alma? Não será com certeza... mais um sobressalto no caminho do encantamento...
Um beijo
Daniel
belo poema :)
tem um toque suave com sabor a Camões...
:)
está muito bonito
Não vou comentar...não sei,mas vou dizer-te uma coisa,apetece-me...vim agora da beira mar,está uma noite fabulosa,uma lua e um mar absolutamente irreais,do outro mundo ...pensei em ti....vai á janela,já tinhas visto?pois...
beijo
maria
"Ai amor, vem tu morrer-me no peito!"
Nem vou comentar... inclino-me emocionado perante tão sublime imagem poética :o) Muito bonito mesmo!!!
Tens um dom... é indiscutível :o)
Beijinhos
Lindo lindo
Oi Miriam...
Belos textos e imagens soberbas...
parabéns....
Bj
"Alegre alivio de tristeza me invade o sonho e me aperta o peito numa angústia inocente e deveras feliz"
Gostei muito do poema e a conjugação com a imagem está fenomenal!
Beijo
Lindo! obrigada :)
gostei muito do que li 5*
a imagem tambem esta bem bacana
;)
Os dias queimam-se como o papel, como o pavio de uma vela, como o escorrer da água nas nossas mãos. Passam como as-lágrimas-da-menina-do-pranto que um dia se lembrou que podia sorrir, como os traços em torno dos lábios a meio de uma gargalhada [não me recordo desse som, está tão longe!...]. E que sorriso macabro, enraizado de terror no mais puro que nele existe! Que sorriso doentio que de de tão doente se fez poema em oração à morte.
Guardam-se os segredos nos olhares da multidão, no fundo do brilho que nã me deixas ver. Quando no sentamos, quando colidimos no corpo suado da multidão, quando raspamos a pele nas partículas de paixão que ainda restam, guardamos segredos, resguardamos promessas.
Prometeste que não ias morrer... Prometeste!!... Ou terei sido eu? Não, eu morri e queimei. TU sorriste!...
E os dias... Ah..., os dias queimam-se como o papel, como as promessas, como as barreiras e as paixões.
Só o amor resta, inqueto nos olhares da multidão [segredo..].
Olá.
Foi a primeira vez que passei por aqui...
Até me arrepiei...
O poema é lindo...
Escreves muito bem, mas parece teres muita amargura no teu sentimento...
Gostei, venho mais vezes...
Beijo.
Que a Oração te traga( se já não voltou)a felicidade, o regresso do Amor...dos sorrisos. Mais um soneto maravilhoso.
Um beijo
ás vezes tenho problemas com poesia, outras vezes leio, sacio-me com ela!
tento escrever e não me sai. de ti só posso dizer sai sim... lindo, obrigado pelo memento.
beijo do Alexandre
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